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21 nov 2025
Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste

Banquete Quinhentista celebra 500 anos do legado de D. Leonor

In Jornal das Caldas de 20 de novembro de 2025

O Programa Evocativo dos Cinco Séculos do Legado da Rainha D. Leonor contou com um Banquete Quinhentista, realizado a 15 de novembro no Hospital Termal e acompanhado por música renascentista interpretada por Tiago da Neta (viola renascentista) e Sofia Camacho (voz).
Promovido pela Rota Raynha das Águas, uma iniciativa dinamizada pela historiadora Margarida Varela e organizada em parceria com a Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste (EHTO), o banquete deu seguimento a um programa iniciado em maio pelo Município das Caldas da Rainha, composto por diversas ações que sublinharam a importância histórica de D. Leonor.

Mais do que uma simples refeição, o evento proporcionou uma verdadeira viagem no tempo, evocando episódios e vivências do século XVI, época de D. Leonor, e também do século XVIII, sob o reinado de D. João V.

O evento foi presidido pelo Patriarca de Lisboa, Rui Valério, que sublinhou ao JORNAL DAS CALDAS a importância de revisitar a figura da fundadora da cidade. “Uma comunidade só se desenvolve quando assenta a sua esperança na força da memória”, afirmou, destacando que o facto de as Caldas evocarem D. Leonor “mostra que não apenas valoriza o seu passado, mas se projeta com confiança para o futuro”.

Para o Patriarca, as comemorações evidenciaram a atualidade da Rainha. “Apesar dos séculos que nos separam, continua a ser uma figura inspiradora. Foi visível nas conferências, nas iniciativas culturais e até neste banquete, que nos recorda como Portugal deu novos mundos ao mundo também através da mesa e da culinária”, referiu.

Rui Valério destacou ainda a Eucaristia evocativa da vida de D. Leonor, considerando que a sua santidade “não envelhece” e permanece “um desafio ao século XXI onde vivermos o amor a Deus através do amor ao próximo”.

O Banquete Quinhentista contou com a presença do presidente da Câmara das Caldas da Rainha, Vitor Marques, e de várias entidades convidadas, muitas delas trajadas à época, dando ainda maior autenticidade ao ambiente histórico recriado.

O diretor da EHTO, Daniel Pinto, recordou que a parceria com a Rota Raynha das Águas teve início no Congresso Nacional das Termas. “A Margarida Varela pediu apoio à Escola para a ceia quinhentista que aqui foi realizada, e desde então assumimos a confeção e o serviço”, explicou. Nesta edição, participaram três alunos do curso de Cozinha e Pastelaria e oito alunos do curso de Restaurante e Bar, sob orientação dos chefs Ricardo Ferreira e João Dinis.

O menu apresentou várias entradas, como ovos mexidos com espargos verdes, almôndegas aromatizadas com gengibre e um molho ligeiro, barriga de porco “do nosso Reino” e queijo com uvas. Para acompanhar, foram servidos vinho cozido com especiarias, leite de amêndoas e uma infusão de príncipe “mais que perfeito”.

O prato de peixe consistiu numa dourada em caldo aromatizado com cebola, louro e cravinho, acompanhada por um molho de amêndoas, alho, pão e vinagre, e legumes estufados. Seguiu-se um ensopado de galinha com cerveja, cuscuz e legumes da estação assados na mefa (forno). A sobremesa, o “Pão de Ló Raynha D. Leonor”, reuniu peras, maçãs, nozes, uvas-passas, mel, azeite e açúcar, numa recriação que evoca a riqueza gastronómica associada à Casa das Senhoras Rainhas.

Para Daniel Pinto, foi “com muito gosto que a EHTO se associou à Rota Raynha das Águas”, destacando “a valorização do património histórico e cultural de Caldas da Rainha, da fundação da Rainha D. Leonor e das Termas”, numa lógica em que “a criatividade da escola tem de estar cada vez mais ligada à matriz identitária original da cidade”.

“Fomos também desafiados pelo Hospital Termal para desenvolver a água termal das Caldas da Rainha como um recurso gastronómico com o intuito de incorporar a água na nossa criatividade da gastronomia, seja na pastelaria, na padaria, na cozinha ou no bar e estamos a fazer esse trabalho”, anunciou.

Coube a Margarida Varela terminar o banquete citando o professor Nicolau Borges, que disse que “celebrar a memória da Rainha D. Leonor de Avis é mais do que um ato de cidadania. É um exercício histórico e um reconhecimento da profundidade ética e cultural de uma mulher que moldou Portugal”.

Ao longo do ano, diversas iniciativas procuraram homenagear a rainha fundadora, e este banquete “quis provocar os sentidos, transportando os participantes no tempo e evocando a figura extraordinária de D. Leonor”.

Margarida Varela agradeceu também a todos os que tornaram o evento possível, incluindo a EHTO, o Município das Caldas e os estudantes envolvidos, assim como às entidades locais e ao Patriarca de Lisboa.

“Deo Gratias!”, concluiu, recordando o voto da Rainha D. Leonor ao fundar o hospital: “Para que os pobres de Jesus Cristo pudessem ter maior comodidade em seus corpos e em suas almas…”.

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