Entrevista com Jorge Aníbal Catarino - alumni EHTP
1. Quais dos conhecimentos técnicos adquiridos na EHTP, considera que foram e/ou são, ainda, fulcrais para a sua carreira? Qual destacaria?
Não pretendendo destacar nenhum conhecimento técnico em particular, diria que a EHTP me permitiu, sobretudo, saber conjugar, na medida certa e em todas as circunstâncias profissionais, 3 tipos de conhecimentos distintos, complementares e indispensáveis: saber-saber (conhecimento teórico), saber-fazer (capacidade de executar) e saber-estar (atitude e comportamento).
2. Sendo uma indústria de pessoas para pessoas, que competências pessoais/humanas valoriza como ideais para os profissionais da área?Destaca alguma que considere mais relevante?
Qualquer profissional das áreas do Turismo, Viagens e Hotelaria tem, antes de mais, de gostar de pessoas, de enfrentar e resolver desafios, e de saber proporcionar experiências aos clientes. As principais competências pessoais/humanas exigíveis/desejáveis devem incluir (mas não limitar-se) a enorme flexibilidade, boa capacidade de trabalho sob stresse, grande criatividade, forte espírito empreendedor e capacidade de liderança de equipas multidisciplinares, essenciais em ambientes profissionalmente exigentes.
3. Quando escolheu a EHTP, fê-lo porque sentiu ter uma vocação, ou por outra(s) razão(ões)? Como identificou essa vocação?
A EHTP foi a escolhida porque era a única e a melhor escola de Gestão Hoteleira do país e eu procurava naquela altura complementar a minha formação académica na área da Economia com uma formação mais prática no setor das Viagens & Turismo. Claramente, não queria ser mais um Economista, mas um que entendesse por dentro e em detalhe o complexo negócio da Hotelaria & Turismo.
4. Quais os principais desafios que um profissional deve enfrentar sem hesitações?
Um profissional das áreas do Turismo, Viagens e Hotelaria deve sempre gerir com exigência a sua carreira e procurar controlar a todo o tempo as decisões mais críticas que a afetam, sem medo de mudar e/ou tomar risco sempre que o desafio profissional em que se encontra já não o motive ou estimule. Sou da opinião de que uma carreira diversificada q.b., com desafios permanentes, é a melhor receita para evoluir pessoal e profissionalmente, ganhando a cada passo com novas experiências, assim reforçando a capacidade de resiliência em conjunturas económicas menos favoráveis.
5. Qual foi o maior desafio da sua carreira? Porquê?
O maior desafio da minha carreira, naturalmente bem ponderado, foi a passagem aos 50 anos, de um regime de trabalhador por conta de outrem em multinacionais e grande empresas nacionais para o de empresário em nome individual/consultor independente nas áreas do Imobiliário e Hotelaria. Foi uma decisão difícil de que me não arrependo.
6. De que forma se destaca a sua organização? O que a torna única? (Qual é a vossa “unique selling proposition”?)
A minha empresa sou eu próprio, sendo esta na verdade aquilo que sou, pessoal e profissionalmente. Distingue-se por um propósito claro e um conjunto de valores que a tornam única à sua maneira, juntando as áreas do imobiliário e da hotelaria, prestando serviços de consultoria, mediação, gestão de projetos, investimentos e gestão de ativos a clientes nacionais e internacionais.
7. Por favor descreva, se possível, uma das cenas mais caricatas com a qual lidou ao longo da sua carreira.
Talvez uma das situações mais engraçadas com que me deparei na minha carreira foi ter constatado, no momento de fechar o Hotel Turismo Maputo para obras de remodelação profunda (futuro Ibis Maputo), que o edifício não tinha porta de entrada principal que o permitisse encerrar em segurança... Recordo bem a enorme surpresa do momento e a necessidade de gizar uma solução alternativa imediatamente…
8. Tem alguma lição de vida que gostasse de partilhar? Algo que o marcou profundamente e contribuiu para a sua transformação como pessoa ou como profissional.
Julgo que o que mais contribuiu para a minha transformação como pessoa e como profissional foi o facto de ter trabalhado nos últimos 30 e poucos anos em ambientes e contextos exigentes, em empresas de diferentes dimensões e em ambiente predominantemente internacional, quer em Portugal (nas multinacionais), quer no estrangeiro (em países em diferentes estágios de desenvolvimento económico e social).
9. Quais os seus planos futuros em termos profissionais?
Fazer crescer a minha empresa, prestando mais e melhores serviços a um número crescente de clientes nos setores do Imobiliário e da Hotelaria, incluindo nomeadamente a Gestão Estratégica de Ativos Hoteleiros.
10. Que conselhos deixa para os atuais alunos da EHTP e que em breve serão seus colegas?
Nunca desistir dos Vossos sonhos e projetos de vida, por maiores que possam ser as dificuldades e as resistências que encontrem na vida. Na verdade, também estas fazem parte do percurso e contribuem sobremaneira para vos tornar melhores pessoas e profissionais, bem como para o atingir dos Vossos objetivos. Fazer sempre o melhor que se pode/sabe e manter a resiliência, pois o esforço e a dedicação compensarão, mais tarde ou mais cedo. Por último, mas não menos importante, procurar construir e manter ao longo da carreira uma boa rede de contatos profissionais, bem como trabalhar a imagem, reconhecimento e reputação pessoal.
11. Com que frase gostaria de terminar esta entrevista?
Termino esta entrevista com a expressão “Carpe Diem”, na perspetiva de que todos os alunos da EHTP, passados, atuais e futuros, aproveitem da melhor maneira possível cada dia da sua longa e bem sucedida carreira.